terça-feira, 2 de junho de 2009

Para cada escavação, uma escora no lugar

Estou em obras. Tudo em mim desmorona. O controle remoto da tv já não atende mais ao comando dos dedos cansados. Os pés ja não sentem a terra firme. O estomago chora os sonhos embalados em sacos de lixo. Para cada martelada, um olhar ao chão. Para cada céu, um inferno à
altura. E cada espelho relfete o monstro que lhe convém. Cada um com o seu, cada um na sua. Canta a furadeira enquanto falo do que dói em controversa sinfonia. Meus medos me procuram sete vezes ao dia. Quase sempre cedo. Quase sempre tardo. Meu ventre é uma caverna distante cheia de ecos do além. A terra firme já não sente mais os pés cansados. Para cada lágrima, uma pá de cao. Para cada escavação, uma escora no lugar. Tudo isso acontecendo aqui dentro e tanto silêncio lá fora. Estou em obras. Tudo em mim desmorona. O apresentador entrevista as pessoas em suas festas particulares. Estarão elas em obras também? Como conseguem andar por aí impunemente? Como trocam de vestido enquanto sangram os sete dias da semana? Me divirto em frente à tv. Imagino as pessoas e seus infernos particulares. Cada um no seu, cada um na sua. Quase sempre sede, quase sempre tarde. Para cada um, um monstro. E para cada sonho, um saco de lixo que lhe convém.

Texto retirado do site: http://www.mairaviana.blogger.com.br/
*Texto registrado e protegido pela Biblioteca Nacional.

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Só para variar a Maíra expressando com palavras, aquilo que o meu coração não sabe explicar.

Sinto-me em obras... o Espirito Santo agindo dentro de mim... mas algumas coisas dentro de mim precisaram ser demolidas para poderem ser reconstruídas... foi necessário quebrar algumas paredes, que por fora pareciam perfeitas, para se descobrir um vazamento escondido...

Estou em reforma... restaurando a estrutura e as vezes para se fazer isso é necessário demolir a casa... e demolir dói... e dói demais demais, ver aquilo que você se acostumou a ver todos os dias, indo a baixo... mesmo sabendo que assim é melhor, pois isso é preciso para que a casa dure mais e não desabe sobre minha cabeça quando eu menos esperar....

Quantos cômodos dentro de mim, tive de demolir nesses últimos meses... quantas e quantas paredes, que eu tanto gostava, precisei quebrar para encontrar infiltrações e quantas paredes tive a "pôr abaixo" para ter uma ventilação melhor nos cômodos...

Muita coisa já foi reconstruida também, isso não posso negar, e é nelas que me apego, é para elas que olho quando perco meu chão.... mas essa sujeira toda, das obras dentro de mim, tem me incomodado demais...

Muitas vezes a "sujeira" dessa obra, parece não caber mais em mim, então elas vazam e mesmo sem querer, acabo descarregando tudo em algumas obras ao meu redor, que as vezes tambem já está sobrecarregada de "sujeira"...

Espero que essa grande obra acabe logo, mas não quero apressar tudo isso, pois sei que o processo, para ficar bom, precisa ser lento... mas estou cansada de "trabalhar" e viver nessa obra... cansada demais dessa "bagunça" feita para organizar... =/

Paz e Bem
Marina

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